O conjunto arquitectónico do Bom Jesus do Monte, ex-libris da cidade de Braga, é, talvez, o mais majestoso, o mais poético e o mais monumental sacro-monte construído na Europa.
Arte e natureza aliam-se para fazer deste local um dos mais aprazíveis do país, onde se reúnem todas as componentes da via-crucis, fazendo desta estância um centro irradiador de fé e uma apetecida zona de repouso.
Hoje em dia o Bom Jesus do Monte mantém essa dualidade de espaço sagrado e de repouso. Mas não pode ser esquecido que é também um espaço monumental por excelência.
Perde-se no espaço dos séculos o momento em que o Homem construiu na montanha do Bom Jesus, situada na área da freguesia de Tenões, uma capela. Em 1373 já existia uma ermida dedicada à Santa Cruz.
Em 1430, o Arcebispo Dom Fernando da Guerra, anexou várias igrejas da região a Tenões, e como tal passou esta freguesia a ser um apetecido benefício eclesiástico, pois além dos benefícios das igrejas anexadas, tinha ainda o rendimento da Ermida de Santa Cruz.
Dom João da Guarda, vigário de Tenões, diz Alberto Feio, mandou erguer, em 1522, um templo condigno, verdadeira igreja, em cantaria lavrada ao gosto da época, um gótico peninsular, como o provam alguns restos guardados no museu e o fragmento duma porta dessa primitiva igreja que há poucos anos estava no jardim da Casa do Passadiço.